o tempo passa
olhando para o poente
quase durmo a esperar
eterno por do sol
eterno aguardar
eterno deleite
a te esperar
vejo um morro ao meu lado
vejo o furor das águas me tomando
vejo o temor da tempestade chegando
eu afundo
subitamente
me torno força
vingativa dessa corrente
sem ela não há lugar
onde eu possa me esquivar
controlo meu oceano como se fosse um folhear
de um livro sem palavras
que faltam completar
sou parte do mar agora
do mar negro
que some alvorada
sem demora
esse mar que em minha bussola apontavam para ti
agora de forma cruel
simplesmente me devora
uma lagrima ao luar
reluz sorridente
o amor já ausente
ainda a esperar