terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Turbilhão




Deitado sob o mar
o tempo passa
olhando para o poente
quase durmo a esperar

eterno por do sol
eterno aguardar
eterno deleite
a te esperar

vejo um morro ao meu lado
vejo o furor das águas me tomando
vejo o temor da tempestade chegando

eu afundo
subitamente

me torno força
vingativa dessa corrente

sem ela não há lugar
onde eu possa me esquivar

controlo meu oceano como se fosse um folhear
de um livro sem palavras
que faltam completar

sou parte do mar agora
do mar negro


que some alvorada
sem demora

esse mar que em minha bussola apontavam para ti
agora  de forma cruel
simplesmente me devora


uma lagrima ao luar
reluz sorridente
o amor já ausente
ainda a esperar