lamento desesperado do escapista

quero ser obscuro
quero ser letal
quero ser futuro
com suas lagrimas de metal

quero ser o unico
ser universal
do sentimento puro
do inicio ser o final

quero ser a lua
dos amores eternizados
quero da beleza tua
os versos mais rimados

não quero mais saber de meus cabelos negros
já não tão envaidecidos como antigamente
não me tenho em verdadeiros erros
não sou mais o fogo ardente

há outras belezas mais interessantes simplesmente do que a minha
há semblantes mais esfuziantes
como aqueles com quem caminha

as palavras de perdão saltam livres da minha boca
assim como aves em pleno declinar
a verdade tão oca
infantilidade do meu amar

não culpo ninguem nem quero estar cego
quero apenas recuperar
o meu já desgastado
e velho alter ego

quero poder ser belo aquela que amo
quero que me escutes nos gritos que clamo
não quero me sentir inferior a qualquer outro
como diamante riscado
no meio do ouro

quero ser apenas o melhor pra você
pois me comparo nos elogios
que não me remetem
vejo o relogio
em que todos se metem

mas não posso pedir que o seja da boca pra fora
quero merecer
como fora outrora

não quero decair em chuvas de abril
não quero me ver em falácias do homem vil

o que eu quero me constrange
pois a vontande me tange
não quero por pena simplesmente tal ato
não quero que sintas como tal, um recriminar desacato

desculpe mas minha alma converge
a fala diverge
meu olhar sonolento
meu jardim já sem vento
quero um momento de glória
quer pensar na vitória
quero saber que sou pra você
algo que possas admirar no meu ser ...