quarta-feira, 27 de março de 2013

dor e passado

Como dói ser passado
o passado quando melhor que o presente
isso me deixa doente
um pouco mais isolado

eu me sinto afundando
num sistema de dor
sem cor
mundano

a beleza em mim não vigora
talvez em algum tempo
como fora outrora

eu apenas descanso meu intelecto
em um corpo esguio
um coração epilético

um ponto no poente
um ponto sentado e ausente
a observar
o sol se por
na beira do meu lamentar

e eis que surge oceano latente
uma batalha de estandartes ao tilintar
do gigante tridente
que por ele como flecha vem a rasgar

eis que rasga meu coração
rasga as nuvens da minha contida
imaginação

as palavras são duras
e duras são as palavras
o sorriso ainda perduras
então erguem-se as balaclavas

um caminho sem fim
sem começo
em mim

entre o sorriso e o açoite
entrego-me a noite
a luz do luar
me permita apenas um pedido eu imploro
me deixem sonhar

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