Como dói ser passado
o passado quando melhor que o presente
isso me deixa doente
um pouco mais isolado
eu me sinto afundando
num sistema de dor
sem cor
mundano
a beleza em mim não vigora
talvez em algum tempo
como fora outrora
eu apenas descanso meu intelecto
em um corpo esguio
um coração epilético
um ponto no poente
um ponto sentado e ausente
a observar
o sol se por
na beira do meu lamentar
e eis que surge oceano latente
uma batalha de estandartes ao tilintar
do gigante tridente
que por ele como flecha vem a rasgar
eis que rasga meu coração
rasga as nuvens da minha contida
imaginação
as palavras são duras
e duras são as palavras
o sorriso ainda perduras
então erguem-se as balaclavas
um caminho sem fim
sem começo
em mim
entre o sorriso e o açoite
entrego-me a noite
a luz do luar
me permita apenas um pedido eu imploro
me deixem sonhar
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